Enchanted to meet you.
Maybe I think I love you today
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Soundtrack
Não andamos todos a correr em direcções diferentes?
Esperamos sempre por uma manhã, o momento da reviravolta, o 3º acto. Agarramo-nos a algo que nem sequer conhecemos bem, um sonho pouco nítido do qual só vemos alguns contornos mas, de uma forma ou outra, sabemo-lo de cor. E queremos. Queremos tanto. É o que fazemos de melhor, desejá-lo. Sabemos que não podemos parar de querer, só por si isso basta para ver a realidade adoptar contornos que acháramos impossível. Há um sem número de definições e uma data de opiniões mas nenhuma vale tanto como a nossa própria forma de o ver, de o sentir. O sonho é uma melodia e cada um ouve-a à sua maneira enquanto persegue aquilo em que acredita.
Com sorte partilhamos a mesma banda sonora.
Inês
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Loving it.
De início é irrequieto, irresponsável, precipitado. É o tempo do tudo ou do nada: ou aposto o mundo ou deito tudo a perder. Precipitado, só quer mais: um acréscimo de sentimento e uma redução de ponderação. Momentâneo, corres para o amor ao mesmo tempo que desejas voltar para trás assim que te apercebes da sua realidade. É mais do que o que está explícito, muito mais. Tens a dura consciência do que desejas esquecer e o sentimento de quem já não se desenvencilha facilmente.
Porque é tudo isto com uma dose de encantamento, de surrealismo e de impossível. Nunca a realidade pareceu tão perfeitamente irreal.
They say love lasts forever,
Well, I say love feels like forever.
sexta-feira, 4 de março de 2011
Crossroads
Quando é que nos apercebemos de que passamos a vida inteira com alguém? Quando já não toleramos as manias dessa pessoa? Quando estamos tão cansadas dela que, o que antes nos parecia adorável e um traço marcante de personalidade, agora se tornou num defeito impossível de tolerar?
Qual é a linha que separa o que detestamos do que nos completa? O que ridicularizamos do que nos define?
Penso que essa linha pode nem existir para nós, que vivemos tantos anos sem frases feitas e sem provérbios populares mas que chegamos agora ao lugar-comum que toda a vida tentámos evitar.
É altura de pormos tudo de lado e não abdicarmos de nada. É o ponto de viragem, demasiado fácil magoar e tão difícil guardar. É agora que páras e olhas para trás, é o momento de balançar o que foi bom e o que foi pior. As manias, as discussões, os desacordos, os diferentes gostos em cinema e em música, o chá que eu adoro e que tu detestas, o chocolate preto e o de leite.
Espero que estejas a ponderar continuar a comprar dois chocolates diferentes porque eu não vou abdicar da tua mania de o cortar em pedaços e comer enquanto vemos o "Serenata à Chuva".
Inês
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
domingo, 30 de janeiro de 2011
Meet you in Paris
Havemos de nos encontrar, um dia. Havemos de dizer tudo o que queremos, tudo o que pensamos. Havemos de quebrar o muro que nos separa e unir dois pólos tão diferentes.
Somos uma cidade barulhenta, efervescente, em hora de ponta. Às vezes irritamo-nos a nós próprios e só pedimos uns minutos sem confusão, mas quando cai a noite e todas as pessoas regressam a casa, ficamos só nós os dois no silêncio dos parques sem ninguém, sem crianças às gargalhadas e sem vendedores de pretzels com os seus carrinhos.
As nossas diferenças serão os dias atarefados de Paris, pessoas aos encontrões na rua enquanto revêm tudo o que pensam dizer na reunião que vão ter dentro de segundos, e as nossas gargalhadas que nos unem, a tranquilidade das noites.
Havemos de fazer tudo e muito mais, havemos de querer tudo sem ter nada e havemos de conseguir sonhar mais alto do que as 6 biliões de pessoas que habitam o mesmo planeta que nós. Rir-nos-emos dos que diziam que não conseguiríamos metade do que ansiávamos, enquanto caminhamos felizes pela praia, inundados com a nossa própria felicidade.
Hey Steven, while people always leaving, I think you and I should stay the same.
Um dia descobriremos como.
Inês
domingo, 26 de dezembro de 2010
Dancing in the moonlight
Não batas à porta, abre-a de uma vez e entra. Entra e fecha-a atrás de ti, deixa tudo o que trazes arrastado do outro lado de uma vez por todas, bate com a porta a tudo o que segue atrás de ti prendendo-te os movimentos e anulando-te a vontade.
Não penses demasiado, cansas-te a ti, a mim e a isto. É uma excelente forma de o definir não é? "ISTO". Soa a despreocupação, a leveza. Apesar do teu sorriso fingir o contrário, és demasiado rígido, embora não o pareças. Devias ser mais parecido com dança contemporânea do que com ballet clássico : este é demasiado rígido para ser considerado dança por muitos e no entanto a expressão máxima da arte no movimento.
É exactamente assim que eu te vejo: como a expressão máxima na arte de arrastar, de prender, de cativar e de permanecer. É um chocolate depois de ter derretido na boca: é longo, queremos prolongá-lo o máximo de tempo possível, puxá-lo atrás de nós, tê-lo sempre lá. É o tempo que se estende no espaço, numa duração efémera.
Por isso abre a porta e não percas tempo com palavras pensadas e com gestos ensaiados.
Já viraste o tabuleiro de xadrez uma vez, uma porta escancarada não é nada de mais.
Inês
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Good Morning!
Escrevo-te para te dizer que sinto a tua presença na minha vida e que infelizmente não a posso segurar. Ultrapassa-me, é mais forte do que eu queria que fosse e do que tu julgas que é.
Lembras-te daquela manhã em que disseste que não sabias no que andavas a pensar, apenas que sabias que alegrava um dia que tinha sido horrível?
Eu disse-te bom dia. Abri-te a porta da minha vida e não só te deixei entrar como te sentei numa poltrona, para que não mais saísses.
Imagina que todos os meus dias eram o dia que viveste quando chegaste a conclusão que um simples pensamento o mudava. Já estás baralhado? Agora imagina que esse mesmo dia, o dia em que percebia que pensar em ti e no teu mundo mudava o meu, tinha chegado há muito tempo. O que é que farias? Abrias-me a porta e dizias bom dia também? Ou fechava-la e deixavas-me do lado de fora, no vestíbulo?
A tua poltrona é grande, confortável, cara. Não cara porque me custou muito dinheiro, não paguei para teres um lugar no meu pensamento. É cara porque custa a mantê-la no mesmo sítio, é como se escorregasse e te levasse para longe a qualquer momento.
Espero que saibas que não a deixarei ir embora, que farei de tudo para a manter no mesmo sítio, à poltrona e a ti, que não sabes por onde andas mas que sabes que queres vir sempre parar ao mesmo sítio.
Só não sabes como.
O teu chá favorito está na tua caneca do costume, a arrefecer.
Diz-me bom dia.
Inês
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